Como os jovens se tornam cada vez mais virtuais e leem e escrevem no ciberespaço, esse projeto visa colaborar para que as práticas de ensino não fiquem alheias à diversidade de linguagens e culturas do mundo tecnológico, e que se direcionem para pensar os gêneros como práticas sociais dentro desse universo jovem e digital, colaborando para que os alunos desenvolvam habilidades linguísticas e discursivas e que desenvolvam, como consequência, uma postura crítica e analítica diante dessa diversidade de textos que a internet oferece. Para isso, a presente pesquisa se centra no gênero fanfiction, a fim apresentá-lo como proposta de trabalho com a escrita nos anos finais do ensino fundamental. Também é objetivo refletir sobre a construção do gênero no ciberespaço, tomado como fenômeno cultural massivo transmidiático, ao considerar sua produção e recepção, bem como o envolvimento dos jovens nesse cenário de produção textual. A pesquisa se fundamenta nas noções de cultura participativa de Jenkins, e diálogo, enunciado, sujeito, vozes sociais e gênero discursivo, de Bakhtin. Concebemos o gênero como materialização de ideologias que reflete relações entre sujeitos, articulados sócio historicamente e em certa esfera de atividade. Por isso, ao propormos um trabalho de escrita em sala de aula, devemos pensar em formar usuários eficientes, que possam ser imersos em práticas letradas, e não aqueles que dominarão um código escrito ou que terão na memória apenas estruturas. Defendemos um trabalho de recepção e produção do gênero dentro de uma perspectiva bakhtiniana, associado ao contexto e aos sujeitos envolvidos na prática social.