Mestre e doutora em Linguística pela USP, com doutorado sanduíche na Université René Descartes (Sorbonne/Paris V). Pós-Doutorado na Université Paris X /MoDyCo/COLAJE. É docente do Departamento de Linguística da Unesp Araraquara e entre 2019/2020 atuou como Professora-Visitante na Université de Montpellier 3- UM3. Organizou, com parcerias, os livros "A linguagem da criança: um olhar bakhtiniano"; "A criança na/com linguagem: saberes em contraponto"; e os números Enfance et langage: voix, corps et discours, da revista Cahiers de Praxématique; e um sobre a linguagem da criança, da Revista Bakhtiniana. Tem experiência em Linguística, com ênfase em Aquisição da Linguagem, em perspectiva dialógica. Desenvolve pesquisa com as universidades Paris 3, Paris Descartes, BT-U Cottbus-Senftenberg e Montpellier 3. Criou, em parceria, a exposição "A criança na língua: passo a passo/ L'enfant dans la langue: pas à pas", itinerante e com espaço permanente no Centro de Ciências de Araraquara. É PQ, do CNPq e líder dos Grupos NALingua e GEALin. É coordenadora da rede Linguagem na infância e subjetividade - CAPES/Print (Unesp); do Projeto 10 Estudos de Aquisição da Linguagem, da ALFAL, membro do GT Aquisição da linguagem, da ANPOLL; e da Comissão de Aquisição da Linguagem, da ABRALIN.
Principais projetos
A linguagem da criança e suas interfaces
DEL RE, Alessandra
Pesquisa
2022-2025
Desde 2020, o mundo vem sofrendo com os impactos causados pela pandemia da Covid-19. Dentre tais consequências, muitas e ainda pouco conhecidas, destacam-se aquelas ligadas ao desenvolvimento linguageiro infantil, o que influenciará, sem dúvida, a sociedade e a Educação. Isso porque, neste período, dentre outros fatores, está havendo uma exposição precoce e excessiva das crianças às telas, o que pode afetar igualmente seu desenvolvimento emocional.Soma-se a isso o fato de as crianças terem ficado afastadas, por longo período, da vivência escolar, bem como de amigos e familiares, o que restringiu suas possibilidades de interação com outros interlocutores. Diante desse amplo cenário, o objetivo deste projeto é, em um primeiro momento, refletir sobre a linguagem da criança neste período, com foco em ações para melhor desenvolvimento de sua linguagem (fala e escrita), em diferentes contextos (clínica de linguagem, escola, abrigos, ambiente familiar) e com populações distintas (crianças típicas, atípicas, surdas, autistas, com Síndrome de Down), a partir do estudo de diferentes temas (argumentação, humor, bilinguismo etc.), emum período pós-pandêmico. Para tanto, este projeto conta com a participação de cientistas de diferentes universidades do país, cujas pesquisas agem em uma ou mais ações aqui abordadas, o que amplia o escopo de atuação deste projeto. Vale dizer que essa multiplicidade de olhares será possível graças às pesquisas de docentes de um grupo que, desde 2008, reúne-se para discutir diferentes aspectos do processo de Aquisição da Linguagem falada e escrita: o NALingua (CNPq).
Um olhar dialógico-discursivo para o humor nos dados de crianças brasileiras
DEL RE, Alessandra
Pesquisa - Apoio: CNPq
2022-Atual (em andamento)
Este projeto adota como objetivo geral um trabalho de refinamento dos ingredientes que compõem esse humor, confrontando-os a novos dados e buscando uma maior harmonia com a perspectiva teórica que nos serve de base para o estudo da linguagem da criança, a saber, a abordagem dialógico-discursiva. Para tanto, (1) nos debruçaremos novamente sobre a ruptura/incongruência, desta vez, a partir da análise de outros dados, procurando explicar seu funcionamento nas produções humorísticas infantis e verificando a existência de outros tipos de incongruências que levam à produção humorística, além de uma possível relação entre elas, a zombaria, os jogos de sons e de palavras, e a ironia; (2) aprimoraremos a análise dos elementos multimodais que envolvem, além da produção vocal, o riso, a prosódia, o olhar, os gestos etc. a fim de melhor apreender, além da própria noção de ruptura, a de ?recuo?, ?projeto de dizer/intencionalidade?, ?produção para o outro? e ?saber partilhado? (ingredientes); (3) ampliaremos o período de análise dos dados de Gu. e de So., de 1;8 a 4 anos para 7 anos, e analisaremos os dados de fala de mais uma criança brasileira, com desenvolvimento linguageiro ?típico? (Le., entre 1;8 e 7 anos de idade), de uma criança com Síndrome de Down (A., entre 4 e 5 anos), e outra com TEA G., entre 5 e 7 anos), o que nos permitirá, entre outras coisas, verificar a pertinência ou a necessidade de uma reformulação dos ingredientes propostos até então; e, por fim (4) verificaremos se há uma relação entre o desenvolvimento linguageiro típico, atípico e o humor.
História Cultural do Humor no Brasil - As narrativas históricas e a polifonia da linguagem humorística brasileira (1930-1970)
SALIBA, Elias Thome (Coordenador); DEL RE, Alessandra; KUPERMANN, Daniel
Pesquisa
2021-Atual (em andamento)
Desde 2013, um grupo de pesquisadores, sob a coordenação do Professor Elias Thomé Saliba, do Departamento de História da USP, dedica-se a estudos e sondagens no campo da História Cultural do Humor. Um dos objetivos desta linha de pesquisa é o estudo das várias modalidades de narrativas humorísticas, a partir das grandes teorias da comicidade, acentuando a historicidade das diferentes linguagens e territórios da produção da comicidade. As pesquisas concentram-se na história do Brasil, investigando a validade dos padrões cômicos brasileiros na construção de inúmeros circuitos alternativos de sociabilidade e de um espaço da divergência, de crítica da linguagem e de limiares pouco subservientes aos significados hegemônicos da cultura. (Grupo de Pesquisa credenciado pelo CNPq, para o período 2019-2023).
Quem disse que crianças e jovens não se interessam por (aquisição da) linguagem? Rompendo barreiras a partir da criação de jogos e materiais para a exposição
DEL RE, Alessandra
Extensão Universitária - Apoio: PROEC
2023-2026 (em andamento)
Uma das demandas atuais das IES é promover e divulgar os conhecimentos e as pesquisas acadêmicas para a sociedade, desmistificando crenças e evitando a divulgação de notícias falsas. Nesse sentido, são urgentes as medidas que envolvam o acesso de crianças e jovens a um ensino de qualidade e que, ao mesmo tempo, os faça refletir, questionar pré-conceitos e preconceitos relacionados à língua materna, especificamente quando falamos sobre aquisição da linguagem por crianças surdas, por crianças bilíngues, por crianças autistas, ou quando debatemos sobre a aquisição da escrita e suas diferentes facetas ou, ainda, ao refletirmos sobre as variações linguísticas existentes no Brasil, olhando de modo positivo para as diferenças. Assim, é imperativo que o conhecimento produzido nas universidades chegue até esse público e a exposição A criança na língua: passo a passo pretende cumprir esse objetivo, por meio de uma série de ações que incluem a adequação do material já existente, a produção de novos materiais, entre eles o de jogos (virtuais e físicos), de um catálogo da exposição, a formação de professores, a divulgação em redes sociais etc. Espera-se, ao final, que o público externo à universidade tenha acesso às ações e pesquisas realizadas nas instituições universitárias, e que esse conhecimento possa auxiliar na ampliação e aprofundamento das ideias, especialmente por parte de crianças e jovens (sendo esse público, o novo alvo deste projeto), mas também os professores da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio, debatendo cientificamente questões de cunho social que envolvem a linguagem, questões que têm impacto no progresso de toda a sociedade.
Todas as vidas importam: jogos multiletrados - transformação sociocultural sustentável
PAULA, Luciane de (Coordenadora)
Extensão Universitária - Apoio: PROEC
2023-2026 (em andamento)
Este projeto de extensão tem como objetivo propor e implementar atividades de leitura e produção de gêneros discursivos diversos na escola e fora dela, possibilitando uma formação multiletrada crítica. O público das ações socioculturais educativas transita entre o último ano do ensino fundamental II (9º ano) e o ensino médio (1º, 2º e 3º anos) e também se volta às associações e coletivos culturais e sociais. Os textos trabalhados, de diversas materialidades (canção, videoclipe, filme, série, pintura, HQ, jogos etc), tratarão de temas contemporâneos e contemplarão conteúdos de Linguagens e Artes, produzidos por autores-criadores negros, mulheres e da comunidade LGBTQIAP+. Interessa proporcionar, de forma dialógica, discussões acerca das desigualdades e da intersecção raça-gênero-classe na escola e na sociedade, a fim de refletir acerca da heterogeneidade das diversidades e proporcionar equidades. O projeto, experimental e interventivo, tem caráter extensionista, associado à pesquisa, ao ensino e à inovação. A proposta parte de uma escola pública da cidade de Assis, interior de São Paulo, para, a partir das vivências, desenvolver protótipos de ensino e jogos pedagógicos produzidos com material reciclado, que possam ser adaptados e aplicados em outras comunidades (locais, regionais, estaduais, nacionais e internacionais). Com isso, estimular a inclusão entre jovens, na escola, na comunidade e na universidade (graduação e pós-graduação); e visibilizar vozes e sujeitos excluídos (por preconceito e discriminação), ao potencializar seus saberes, assim como uma forma de sociabilidade de suas culturas, tramadas como formas de atuação – em consonância com os ODS 4, 5, 10,16 e 17, de maneira transversal.


