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24 A 26 DE ABRIL DE 2018

FACULDADE DE CIÊNCIAS E LETRAS

UNESP ASSIS

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GED

Comunicações Coordenadas: 24/04

Localização: Prédio 1 Sala 1 - 14h – 16h                                                          24/04/18

Eixo Temático: Estudos da Linguagem

 

Sessão Coordenada 1- O FUNCIONAMENTO DE FERRAMENTAS DE COESÃO NA CONSTRUÇÃO DE TEXTOS NA UNIVERSIDADE: UMA REFLEXÃO VOLTADA PARA OS GÊNEROS DISCURSIVOS.

Coordenador: Rodrigo Albuquerque (UnB/LIP/PPGL)

Resumo geral: Compreendemos que, influenciado, sobretudo, pelo pensamento do senso comum, o ensino de língua portuguesa tem se pautado em uma visão de língua instrumental, fornecendo, em decorrência disso, fórmulas textuais genéricas e, por conseguinte, sem a devida reflexão genérica quanto ao uso de tais fórmulas. Nesse viés, a coesão tornou-se, em algumas instâncias, palavra de ordem para a construção de textos (não só, mas também) na universidade, valendo-se, para tanto, de recomendações universais, tais como uso de sinonímia para não reiterar termos e emprego da anáfora para a manutenção tema-rema. Tal prática, cujas ações incidem predominantemente nas demandas estruturais do texto, consiste na preocupação central deste simpósio temático, que objetiva, à luz do legado bakhtiniano relativo aos gêneros do discurso (cf. BAKHTIN, 2010 [1992]; 2006 [1929]), estudar o funcionamento das ferramentas linguístico-discursivas presentes nos mecanismos anafóricos em textos provenientes de diferentes cursos de Ensino Superior, partindo do pressuposto de que os gêneros do discurso (bem como as práticas sociais do curso em si) sob análise possam motivar usos e funcionamentos específicos. Essa meta busca transcender abordagens estruturais, de que a anáfora promove uma remissão para trás, na medida em que investiga, a partir de um conjunto de ferramentas utilizadas pelos estudantes em textos empíricos, as razões que os motivaram a fazer tais escolhas: se são razões provenientes das demandas socioculturais do gênero ou das fórmulas genéricas do estabelecimento de coesão. Para a condução dos trabalhos vinculados a esse simpósio, elegemos a lingüística de texto, como área de estudo, por privilegiar análises textuais assentadas na concepção de gêneros do discurso, que preveem um tratamento discursivo, pragmático e interacional.

 

Titulo da comunicação: A RELAÇÃO ANAFÓRICA ESTABELECIDA POR SINONÍMIA, HIPERONÍMIA E REITERAÇÃO DE TERMOS COMO MECANISMO DE COESÃO REFERENCIAL E SEQUENCIAL: UM ESTUDO EM RESUMOS ACADÊMICOS PRODUZIDOS POR GRADUANDOS EM LETRAS

Autor: Rodrigo Albuquerque (UnB/LIP/PPGL)

Resumo: A ideia inicial desta comunicação é oriunda de minha experiência docente à frente da disciplina Prática de Textos, oferecida semestralmente pela Universidade de Brasília. Durante alguns anos, pude perceber, por meio de relatos e de produções escritas de meus estudantes, a veiculação de diversos tabus concernentes à produção de texto. Não é incomum, semestre a semestre, a narrativa de que a reiteração de termos constitui um “defeito” textual, e a solução para tal “problema” seria a substituição por um sinônimo. O incômodo quanto ao uso de termos reiterados parece multifatorial, variando de contraindicações estéticas até pouca fluidez na leitura. Com base nesse contexto, esta comunicação analisa as relações anafóricas estabelecidas por meio da sinonímia, da hiperonímia e da reiteração de termos em dez resumos acadêmicos produzidos por estudantes inscritos no 1º semestre do curso de Letras. Para tanto, avaliamos as opções feitas por tais alunos nas duas versões de texto (escrita e reescrita) quanto aos mecanismos anafóricos, buscando, nesse sentido, avaliar se a ativação dos referentes foi promovida com adequação, em atendimento às exigências do gênero resumo acadêmico. Ancorado na linguística de texto e na sociolinguística interacional, este trabalho reúne as contribuições de Antunes (2005;2009; 2010; 2012; 2016), em torno da seleção lexical em textos; de Koch (2015); Koch e Elias (2008; 2012; 2016); e Cavalcante et al. (2014), no que diz respeito ao debate de coesão referencial e sequencial; e de Bakhtin (2010 [1992]; 2006 [1929]); Miller (1984; 2015); Bronckart (2003 [1996]; 2005); Marcuschi (2008; 2010; 2011; 2012); Bazerman (2011; 2015); e Albuquerque (2017), quanto aos gêneros do discurso/texto. Esperamos, com esta pesquisa, dar visibilidade às estratégias empregadas nos textos, a fim de tornar os estudantes cada vez mais conscientes em relação aos efeitos discursivos, interacionais e pragmáticos de tais estratégias em suas produções de texto.

 

Titulo da comunicação: ANÁLISE DO USO DE SINONÍMIAS COMO ESTRATÉGIA ARGUMENTATIVA NO GÊNERO JURÍDICO ‘CONTRATO’

Autora: Débora Cabral Lima (UnB)

Resumo: A linguagem jurídica está imbricada de poder social e, inclusive, existe a ideia de que “pensar como um advogado” implica uma habilidade superior de análise (MERTZ, 2007). Toda essa construção social é refletida nas escolhas linguísticodiscursivas dos gêneros jurídicos. Neste trabalho, proponho uma análise do gênero ‘contrato’, observando as sinonímias como um mecanismo de coesão que reflete tanto a construção social de advogados e advogadas como pessoas que precisam demonstrar um grande conhecimento linguístico, como estratégia argumentativa de ambiguidade proposital. Daí a importância de uma proposta de reflexão sobre essa produção textual nos cursos de direito. O uso de modelos na área jurídica é muito comum. Além de os modelos de contrato serem facilmente encontrados na internet, muitas vezes o seu uso é incentivado pelos próprios escritórios de advocacia, onde as/os discentes realizam estágio. Contudo, o uso desses modelos enfraquece a consciência linguístico-discursiva das/dos discentes e, consequentemente, sua capacidade de argumentação. A análise do uso de sinonímias como mecanismo de coesão permite mostrar às/aos discentes estratégias argumentativas, em que o texto é tornado propositalmente ambíguo ou, por vezes, esvaziado de significado, de forma a abrir brechas no contrato. Este tipo de análise capacita a/o discente a uma melhor interpretação dos contratos tanto para produzir este gênero na sua vida profissional, como, por exemplo, para refutá-los.

 

Titulo da comunicação: "A APROXIMAÇÃO SEMÂNTICA DE PALAVRAS COMO RECURSO COESIVO NO GÊNERO TEXTUAL RELATÓRIO DE PESQUISA: UMA PRIMEIRA SONDAGEM COM ALUNOS DO CURSO SUPERIOR EM TECNOLOGIA EM SECRETARIADO"

Autora: Larissa Dantas (IFB/DF)

Resumo: No Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia do MEC, afirma-se que o profissional tecnólogo em Secretariado “assessora executivos, diretores e suas respectivas equipes, planeja, organiza, implanta e executa atividades e metas da sua área, eventos, serviços protocolares, viagens, relações com clientes e fornecedores, comunicação e redação de textos técnicos, além de gerenciar informações” (BRASIL, 2010). Dentre essas atribuições, demandadas pelo contexto de atuação, ou seja, pela prática social em que esse profissional se insere, a comunicação e a redação de textos técnicos, com modelos engessados, facilmente encontrados na internet e em manuais de redação, prescindem de estratégias linguístico-discursivas para que o fluxo de informações produzidas não se perca dentro dos processos gerenciais das organizações. Por isso, a tipologia textual narrativa, sob o uso, por exemplo, de verbos acionais e de advérbios temporais, causais e locativos (cf. Koch e Elias, 2012), aparece, nessa situacionalidade, como fonte de estudo de ferramentas linguístico-discursivas que  garantem a coesão textual, no caso, as anáforas que utilizam aproximações semânticas das palavras como nexo de associação (cf. Antunes, 2012). Esse trabalho visa a identificar como os alunos recém-ingressos no Curso Superior de Tecnologia em Secretariado do Instituto Federal de Brasília articulam os recursos de coesão lexical pelo uso da aproximação semântica das palavras no gênero relatório de pesquisa e como, no processo de reescrita, reconduzem suas escolhas para melhor promover a unidade do texto. Posteriormente, no decorrer da formação desses alunos, almeja-se analisar a produção de gêneros específicos da vida profissional do tecnólogo em Secretariado – dentre eles, atas e relatórios gerenciais - e como o recurso de coesão lexical pela aproximação semântica das palavras é pensado pelos discentes.

Localização: Prédio 1 Sala 2 - 14h – 16h                                                          24/04/18

Eixo Temático: Análise Dialógica do Discurso

 

Sessão Coordenada 2 – ANÁLISE DISCURSIVA DE IMAGENS DE MULHERES NA CONTEMPORANEIDADE

Coordenadora: Bárbara Melissa Santana (UNESP FCLAr – PPGLLP – CAPES)

Resumo geral: A presente proposta de Comunicação Coordenada tem como objetivo abordar diferentes construções imagens de mulheres, no intuito de refletir sobre tais elaborações discursivas como manifestações ideológicas e sociais que dialogam intrinsecamente com o horizonte ideológico contemporâneo. Para cumprirmos com tal propósito, pautamo-nos no arcabouço teórico do Círculo de Bakhtin e seus escritos, especificamente nos conceitos de signo ideológico, sujeito, enunciado, diálogo e discurso. A partir de tais conceitos, debruçamo-nos em diferentes enunciados para pensarmos em como se constituem imagens de mulheres nas múltiplas esferas da e como a cultura reflete e refrata valorações que configuram modelos de feminino e papéis sociais do gênero feminino nas relações entre sujeitos. Os enunciados sobre os quais nos debruçamos são: comentários oriundos da sessão de comentários do canal oficial da trilogia Cinquenta Tons no Brasil, os blogs Aline Ana e Mia e Casa de Crystal, a revista feminina Vogue e as girlbands Twice e Blackpink, do gênero musical K-POP. Tendo em vista que, de acordo com a teoria bakhtiniana, todo enunciado é respondente e assim, reflete e refrata aspectos sociais e históricos, as imagens de mulheres e os ideais de beleza discutidos nesses enunciados são compreendidos como manifestações culturais demarcadas por embates ideológicos e conflitos valorativos. A escolha por tal corpora se enseja nas retratações de imagens de mulheres verificadas em tais enunciados, já que nos comentários sobre a trilogia Cinquenta Tons, as vozes dos sujeitos reverberam embates valorativos sobre o ser mulher, os blogs e a revista apresentam o discurso da magreza como sinônimo de beleza e distorção da imagem feminina e no K-POP, são verificados os ecos da imagem de mulher “ser princesa” característico do discurso da Disney. A proposta se fundamenta na metodologia dialético-dialógica proposta por Paula et al (2010), e este trabalho se desenvolve, em etapas descritivas, interpretativas e analíticas.

 

Titulo da comunicação: "IMAGEM DE IDENTIDADE DE GÊNERO FEMININO NA VOZ DO PÚBLICO DA TRILOGIA CINQUENTA TONS"

Autora: Bárbara Melissa Santana (UNESP FCLAr – PPGLLP – CAPES)

Resumo: O presente trabalho tem como propósito analisar a representação de imagens de identidade de gênero feminino nas vozes do público da trilogia Cinquenta Tons nos comentários feitos na sessão de comentários do canal Universal Pictures Brasil no Youtube, veículo principal de lançamento de trailers e de informação de notícias referentes à trilogia no Brasil. Com fundamentação teórica nos escritos do Círculo de Bakhtin e especificamente nos conceitos de ideologia, sujeito e enunciado, há como objetivo a análise das falas dos sujeitos que respondem à trilogia por meio de comentários, no que concerne a valorações culturais sobre mulheres ressoadas nas enunciações dos sujeitos. Tais valorações são demarcadas por embates ideológicos que configuram o horizonte social da sociedade contemporânea no que diz respeito a imagens de mulher nas múltiplas esferas da atividade humana. A escolha pelo trabalho com respostas à trilogia Cinquenta Tons se justifica em razão da grande repercussão desse conjunto de obras e os embates por ela provocados em relação à representação da mulher nas obras e à excepcional repercussão das obras entre seu público e seu não-público, tendo em vista que o conjunto de obras foi best seller e também recorde de bilheteria no cinema. Nesse sentido, o olhar sobre os comentários e as falas dos sujeitos respondentes à trilogia representam material analítico fértil para pensarmos sobre a construção e representação de imagens de mulher hoje e como essas construções são recebidas pela sociedade. Nessa perspectiva, para cumprirmos com o objetivo proposto, propomos uma pesquisa qualitativa de natureza bibliográfica e caráter interpretativo, consoante a metodologia proposta por Paula et al. (2011). O curso deste trabalho se dá, portanto, em três etapas: descritiva, analítica e interpretativa

 

Titulo da comunicação: "O REINO E A RUÍNA DO CORPO FEMININO: UMA ANÁLISE DIALÓGICA DOS DISCURSOS"

Autora: Débora Godoy Preto (UNESP Assis)

Resumo: A proposta deste trabalho é analisar a construção de imagens de mulher e o incentivo aos corpos anoréxicos, bulímicos e vigoréxicos em algumas mídias, como nos blogs Aline Ana e Mia e Casa de Crystal, e a revista feminina de moda e beleza Vogue, visto que esses são meios sociais massivos de informação que refletem e refratam a vida socialmente, tendo como um de seus conteúdos veiculados o incentivo aos corpos magros como um estilo de vida. O embasamento teórico que fundamenta o trabalho tem como base a filosofia da linguagem do Círculo de Bakhtin, principalmente, as concepções de diálogo, enunciado, signo ideológico e sujeito. A metodologia advém da perspectiva dialético-dialógica, como  denomina Paula et al (2011). A idealização da beleza feminina é propagada por meio de discursos que aliam a ideia de saúde, prazer e felicidade, como sinônimos de magreza. Assim, o objetivo é analisar os discursos escolhidos como corpus veiculados pela mídia, em cotejo com outros discursos, como ilustração da produção valorativa da constituição do sujeito mulher na contemporaneidade. O teor do trabalho proposto se volta à reflexão acerca da relação homem-mundo, sempre materializada na linguagem que, por meio de enunciados, explicita valores de toda uma geração. Valores modelares que idealizam imagens de mulher, reproduzidas por elas contra si mesmas, em nome de uma aparente “felicidade” anêmica. A importância do trabalho proposto se volta ao seu aspecto social, uma vez que os discursos “pró ana”, “pró mia” e “pró vic” representam atos enunciativos que refletem e refratam ações sociais, semiotizando a vida midiaticamente, ou seja, nos contribui para pensarmos sobre como a representação do corpo feminino é ditada pela mídia e como a sociedade responde a isso no cotidiano, utilizando os distúrbios alimentares como forma de encaixe no padrão de imagem de mulheres imposto socialmente.

 

Titulo da comunicação: A INDÚSTRIA DO ENTRETENIMENTO ASIÁTICO E A CONSOLIDAÇÃO DO DISCURSO DISNEY DO “SER PRINCESA” NO K-POP

Autora: Giovana Cristina de Moura (UNESP Assis)

Resumo: É nítido que a indústria do entretenimento dita modelos irreais de beleza e comportamento a serem seguidos por mulheres para que sejam consideradas como belas e “ideais” e para que sejam “felizes” e “completas” (estando “bonitas” e com o corpo perfeito, agindo como “princesas” e sonhando com um relacionamento perfeito). Esse discurso vem sendo promovido sobretudo pelos estúdios da Disney que, por meio de animações protagonizadas por princesas-mulheres, promove esses ideais de forma em que as mulheres se sintam insuficientes ao não conseguir incorporá-lo. A dimensão do discurso do “ser princesa” é tão estrondosa que atinge as mais diversas culturas e mídias, assim sendo, escolhemos aqui refletir sobre como o discurso Disney aparece em um dos gêneros mais massivos da Ásia: o K-POP tendo como objetivo pensar a partir dos estudos do Círculo de Bakhtin (considerando os conceitos de enunciado, sujeito, ideologia e discurso) na relativa estabilidade do signo “ser princesa” na vida e na arte, tendo em vista a construção estética das performances das mulheres nos clipes das girlbands Twice e Blackpink pois, tal qual como a Disney, a indústria do entretenimento asiático (por questões mercadológicas) propõe modelos de feminino relativamente “empoderados” (letras mais ousadas, temas diferentes, performances que exploram mais as coreografias ao invés de mostrar um rosto bonito) ao mesmo tempo que se recusa a parar de reproduzir estereótipos já consagrados (o corpo perfeito, preocupação excessiva em estar sempre “bela e perfeita”, necessidade de estar em um relacionamento, idealização do homem-príncipe). A partir do proposto, refletiremos se há, como na Disney, uma nova proposta de imagens de mulheres mais autônomas e menos submissas ou se esse empoderamento vende um discurso de fetichização, sobretudo do corpo feminino como mercadoria tendo como metodologia a dialéticadialógica de Paula et al (2011) para observarmos os girlgroups.

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