
GED em Poesia
Assuma-se
Assuma sua cor,
Sua raiz e origem.
Aceite seus defeitos,
Explore suas qualidades,
Elogie seu peso.
Valorize suas curvaturas,
Seu tamanho e
Suas particularidades.
Enrole-se nos seus cachos.
Faça arte
Com seu cabelo cumprido.
Enleve seu
Magnífico visual curto.
Seja você.
Simplesmente você,
Pois somos como tatuagem,
Com traços únicos e
Semânticas distintas.
Gustavo Rodrigues Vieira dos Santos
Per(Dis)cursos
Palavras se cruzam
No labirinto surrealista,
Onde as idéias se misturam
Em meio a vozes cubistas.
Um romance trovadoresco no qual
A camponesa fica em devaneios
Contemporâneos
Vanguarda e seu choque crucial.
Pra quê essa loucura pop?
Locutor rebelde e não compreendido.
Narrador personifica o protagonista.
No trama, o leitor entra em catarse.
Poesia e suas rupturas, um grito
No silencio das palavras.
Guimarães, Dante, Manoel,
Patativa, Quintana, Micollis...
São estes e outros que fazem,
Nós, meros mortais a transmutar
A ficção com o verossímil.
Um caminho que por mais que
Trilhamos nunca saberemos
Seu trajeto final.
Gustavo Rodrigues Vieira dos Santos
Há quem diga que
A melhor sensação
É o cheiro do café
Sendo passado.
Outros, o cheiro
De terra e chuva.
Pouquíssimos, um simples
Abraço apertado.
Gustavo Rodrigues Vieira dos Santos
Criaturas
Tentamos sempre
Ser o dono da razão,
O próprio Virgilio.
Sempre buscamos ser
Um Frankenstein,
Roubando e destruindo
Pedaços nossos e de outros.
Lobisomem, um lado
Humano, selvagem
E incontrolável.
Vampiro, sugando e
Espalhando a maldição
Do eterno.
Tornamo-nos
Monstruosidades,
Seres sombrios.
Vivemos de aparência
Como se fossemos
Dorian Gray.
Semideuses, anjos e demônios
Que brincam com
O livre arbítrio.
Pensamos que somos
Tudo e todo,
Mas no final...
Somos zumbis,
Uma horda vazia e errante,
Onde o efêmero
Torna-se nosso
Verdadeiro terror.
Gustavo Rodrigues Vieira dos Santos
Eternos
Existem coisas
Que jamais entenderemos.
Aquela dor não compreendida que
Parece ser passageira,mas
Se torna inacabável.
Caímos em um misterioso
Labirinto.
Nem gestos,palavras e lágrimas
Expressam essa
Revolução sentimental
Que tornou-se
Uma correnteza sem fim...
A única coisa que podemos fazer
É relembrarmos os momentos,
As cativantes memórias
E principalmente...
Guardar os nossos que hoje
Brincam no céu.
Gustavo Rodrigues Vieira dos Santos